sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um dos livros mais aguardados do ano por leitores da literatura Marginal


Um dos livros mais aguardados do ano por leitores da literatura Marginal, e o livro do Cantor e compositor Carlos Eduardo Taddeo é filho de uma faxineira que teve quatro filhos em dois casamentos. Seu pai, descendente de italianos e empresários da noite, era casado com outra mulher oficial, mas dava assistência. Ele me mostrou meia dúzia de fotos da festa de seu primeiro aniversário. Houve bolo, mesa de doces e refrigerantes, servidos para pessoas alegres, que vestiam roupas de festa. O pai, de terno branco, o carrega no colo, ao lado da mãe. A casa alugada da foto era no Glicério, bairro antigo e popular do centro de São Paulo, conhecido pelos cortiços e pela pobreza. O rapper conta que as dificuldades se agravaram com oafastamento gradativo do pai. A mãe e os quatro filhos moraram em pensões, com banheiros coletivos. Aposentada por invalidez, com o mal de Chagas, conta o filho, “às vezes ela pedia esmola ou cesta básica na igreja”.
O líder do Facção estudou em escola pública até a quinta série do ensino fundamental. Era tímido e, míope, tinha vergonha de usar óculos. Usava tênis velhos e roupas surradas. Em casa, a comida era sempre menos do que ele queria. “Às vezes, só tinha arroz e o feijão era aquela água”, lembra. Ajudava a mãe pegando frutas e legumes nos fins de feira. Ganhava um troco tomando conta de carros. Na rua, assistia a cenas do crime: tráfico, furtos, roubos, prisões, violência. “

APOIE A CAMPANHA PELO SARAU DO BINHO


Sobre o projeto O Sarau do Binho, há oito anos, reúne poetas, cantores, músicos, atores e outros artistas populares que se revezam de forma livre, com o propósito de mostrar sua arte para quem estiver interessado em ver e ouvir. O Sarau do Binho já se transformou em marco importante de expressão cultural para poetas e escritores dos movimentos de periferia da cidade. O interesse dos participantes pela cultura é construído com o próprio esforço, e gera frutos de qualidade. Sua existência dá margem a outras iniciativas, como a participação em eventos culturais da cidade, interação com quilombos e aldeias e até mesmo caminhadas culturais por outras cidades e estados, que é a Expedicion Donde Miras que já apresentou saraus em várias cidades do interior de São Paulo, Curitiba e Rio de janeiro. Os artistas do Sarau têm consciência da importância do evento, assim como seu idealizador. “O Sarau é um laboratório. Aqui as pessoas trazem suas criações e aprendem o gosto por ler e escrever. Do laboratório popular, mais do que textos, sai também a consciência cidadã fortalecida”, explica Binho. O bar onde acontecia o Sarau do Binho foi fechado pela Prefeitura de São Paulo, por isso, estamos realizando o Sarau Itinerante fortalecendo outros espaços culturais. E estamos aqui no Catarse para realizar as seguintes movimentações: - Dar continuidade ao sarau, momentaneamente itinerante, sem um ninho, mas sem perder a ternura jamais. - Brechoteca, nossa biblioteca popular no jardim Rebouças aqui no Campo Limpo. - Lançamento do Livro do Sarau do Binho. - Pagamento das multas para seguirmos com o nome "limpo”. - Bicicloteca ( empréstimo de livros numa bicicleta ). - Cine Beira-rio que acontece na Brechoteca.

o que é a Literatura Marginal ?


"Conhecida como Literatura Marginal", por serem textos escritos por moradores da periferia brasileira, os pertencentes a esse movimento têm como principal característica falar do cotidiano das favelas, tanto para os moradores, como forma de resistência, quanto para o público em geral. A idéia é expor uma realidade vista pelo ângulo de quem vive ali, à margem da sociedade.

Segundo o pesquisador Paulo Roberto Tonani do Patrocínio, 29 anos, autor do artigo "Instinto de Marginalidade, notícia da atual literatura brasileira", o marco dessa literatura foi o lançamento do livro "Cidade de Deus". Escrito por Paulo Lins, na década de 90, ele foi adaptado para um filme que acabou gerando também uma série para TV."