segunda-feira, 3 de junho de 2013

Cesar Coll- Aprendizagem Escolar e Construção do Conhecimento


Aprendizagem Escolar e Construção do Conhecimento
Porto Alegre. ARTMED
Educador e escritor é professor de psicologia evolutiva e da educação, na faculdade de psicologia da Universidade de Barcelona.
Os sujeitos aprendem com sessões de manipulação livres. Ao observar as  atividades infantis  de exploração,  descobre-se que a  evolução não pode  ser atribuída ao  acaso, existe um fio condutor que empurra o sujeito a empreender novas séries de manipulação.
         O problema fundamental imposto pelas  atividades espontâneas  de exploração é o caráter e o local  das atividades que dirigem a  solução de  problemas práticos, imediatos.

Impondo três níveis de interação:
As atividades espontâneas – manipulação de objetos, estruturados ao redor de um tema.
 A sessão de síntese – problemas que aparecem nas sessões de manipulação cuja finalidade é provocar uma confrontação de idéias e opiniões.
Atividades propostas – que recolhem os problemas que suscitaram mais interesses nas sessões precedentes


Atividades espontâneas
Sessões de manipulações livres

Os problemas que as crianças abordam no discursos de suas manipulações não lhes são impostos pelos adultos , mas escolhido por ele mesmo, o fato que merece ser destacado é que a conduta de formação de hipóteses com verificação posterior não aparece durante a atividade.

Durante a atividade espontânea de exploração podemos distinguir:
Ø As condutas cuja finalidade é a de identificação de um objeto;
Ø Indagar sobre a prioridade de um objeto;
Ø Tentativa de indagar sobre todas as ações;
Ø Indagar sobre o funcionamento do objeto manipulado;
Ø Reprodução do aspecto externo qualquer;
Ø Aperfeiçoamento do objeto reproduzido;

Não há como afirmar que uma destas condutas possa ocupar um lugar mais elevado na hierarquia da exploração. A única exploração  possível é aquela  dirigida aos objetos  que se encontram em  nosso meio ambiente  dos quais, necessitamos obter informação.
Quando a criança seleciona objetos, começa a utilizá-lo num contexto  tendemos a falar de jogo.
A criança procede a identificação  do objeto de explorar suas  propriedades ou funcionamento, teremos a tendência de falar de investigação.
Não parece distinguir exploração e jogo.
Ambos os aspectos podem ser apresentados indistintamente antes ou depois na seqüência do processo exploratório que se pode ter a principio um aspecto lúdico e depois investigativo sendo habitual um contínuo vai-e-vem entre ambos.

 Conservação e resolução de problema; o valor instrumental de uma conduta pré-operatória.
Quanto mais aumenta a informação nas instituições escolares, menos se observa a capacidade dos alunos no momento da utilização e de aplicar estas informações.
Quando e de que maneira os processos intelectuais estudados pela a psicologia genética intervém no comportamento efetivo do sujeito?
A partir de pesquisas referenciada nas provas operatórias de Piajet , em que eram propostas soluções de problemas, ao invés de resoluções das provas, pode se chegar a algumas conclusões:
O estudo da utilização do conhecimento não pode limitar a conteúdos do tipo escolar, os conhecimentos adquiridos atrase dos processos de ensino-aprendizagem continuam uma parte importantíssima da bagagem intelectual do ser humano . Deve-se prestar atenção ás relações entre aptidão intelectual das pessoas em um dado momento de seu desenvolvimento e de sua atualização.
Deve se entender as atualizações das aptidões intelectuais, como reestruturação do campo conceitual mas do que uma simples aplicação.

A NATUREZA E PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NO JARDIM DA INFANCIA
A analise das atividades do aluno nos conduz a analise interatividade professor/aluno

Dimensões didáticas nas quais se situam as decisões e atuações que são essenciais para a análise da interatividade.
1 – Finalidade educativa que se pretende alcançar com a realização da tarefa
2 – Existência ou não de um saber específico ao redor do qual organiza-se a totalidade da tarefa ou inclusive uma serie de tarefas sucessivas.
3 - A maneira de como o educador planeja, organiza e propõe a tarefa utilizada .
4 – Tipo de intervenção que faz durante a realização da tarefa.
5 – No campo das atuações do aluno , o grau de iniciativa que tem para escolher a tarefa e seu conteúdo.
6 – Grau de iniciativa do aluno na realização da tarefa
7 – Estabelecer uma diferença entre segundo se exija da criança que cumpra diretrizes de recepção, de execução ou de reprodução.
A atividade funcional corresponde ao interesse do sujeito, da lugar a um máximo de iniciativa do aluno na escolha das tarefas.
Considera-se que a apropriação de um saber passa necessariamente por potenciar a atividade do aluno.


ALGUNS PROBLEMAS PROPOSTOS PELA METODOLOGIA OBSERVACIONAL: NÍVEIS DE DESCRIÇÃO E INSTRUMENTOS DE VALIDAÇÃO

         Quando há observação direta do aluno e do professor, há uma interação entre ambos.
O objeto de estudo da psicopedagogia é o próprio sucesso de ensino-aprendizagem.
A sala de aula é um lugar para a investigação observação. Não é estudando o fracasso que podemos chegar a compreender o êxito, é necessário observar e analisar processos educacionais que funcionam.

ESTRUTURA GRUPAL, INTERAÇÃO ENTRE ALUNOS E APRENDIZAGEM ESCOLAR.
A visão tradicional coloca que a relação professor-aluno é decisiva para a promoção da aprendizagem.
O professor é o agente educacional por excelência e o aluno um receptáculo mais ou menos ativo da ação transmissora do professor.
Atualmente, há provas de que a interação entre alunos deve assumir um papel na construção das metas educacionais.
Tal interação incide na :
Ø Socialização em geral;
Ø Aquisição de aptidões e habilidades;
Ø Controle de impulso agressivo;
Ø Grau de adaptação às normas estabelecidas
Ø Superação do egocentrismo; relatividade progressiva do ponto de vista próprio;
Ø Nível de aspiração e rendimento escolar.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Há três formas de organização social das atividades:

Ø A cooperativa
Ø A competitiva
Ø A individualista
 Cooperativa os resultados conseguidos por cada um dos membros do grupo são benéficos para todos. A recompensa é compartilhada por todos –
Competitiva - a obtenção de uma meta por um participante exclui a obtenção dos outros participantes, apenas um membro recebe a recompensa máxima, enquanto os outros recebem recompensas menores.
Individualistanão existe relação entre a obtenção das metas por um membro e os outros, os resultados individuais determinam a recompensa.
As experiências de aprendizagem de natureza cooperativa favorecem as relações entre os iguais, sob aspectos da simpatia, atenção cortesia e respeito mutuo, estendendo estes benefícios aos professores e à escola.
As situações cooperativas são superiores as competitivas no tocante ao rendimento e a produtividade dos participantes.

AÇÃO, INTERAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM SITUAÇÕES EDUCATIVAS.

CONHECIMENTO EM SITUAÇÕES EDUCATIVAS
Desde o nascimento, as relações interpessoais se constituem em uma função educacional de primeira ordem, é assim também na escola, a relação professor aluno, precisa garantir um contexto significativo para a execução das tarefas escolares, onde o aluno possa inserir suas atuações e construir interpretações coerentes; adequar o nível de ajuda ou de diretividade ao nível de aptidão dos alunos; avaliar continuamente as atividades dos alunos e interpretá-las para conseguir um ajuste ótimo da intervenção pedagógica.
  
Modelo de plano curricular
Um currículo norteado por princípios psicopedagógicos, deve ter por objetivos:

Ø Levar em conta estágios de desenvolvimento formulados da psicologia genética
Ø Considerar os conhecimentos prévios
Ø A partir do nível de desenvolvimento do aluno, mas não para se acomodar a ele, e sim para faze-lo progredir através de sua zona de desenvolvimento proximal.
Ø A realização de aprendizagens significativas

Considerar duas condições para realização de aprendizagens significativas:
O conteúdo deve ser potencialmente significativo e o aluno deve ter uma atitude favorável para aprender significativamente, isto é, estar motivado para estabelecer relações entre o que aprende e o que já sabe.
Garantir a funcionalidade da aprendizagem relaciona-se com novas situações e novos conteúdos.

Diferenciação entre memória mecânica e memória compreensiva
Levar o aluno a aprender a aprender.
Buscar a modificação dos esquemas do conhecimento do aluno, num processo de equilíbrio inicial –desequilíbrio – reequilíbrio posterior.

Atividade construtiva do aluno não aparece como uma atividade individual, e sim como parte de uma atividade interpessoal que a inclui.