A obra é composta por duas partes: a
primeira traz os fundamentos teóri cos e as novas perspectivas para
investigação da questão do Bullying e do desrespeito; a segunda contém exemplos
que mostraram ser eficientes na
tentativa de contornar os efeitos dessas práticas. O livro conta, ainda, com uma sessão de material de apoio contendo cartas de professores e o relato de experiências envolvendo o Bullying e o desrespeito no ambiente escolar.
tentativa de contornar os efeitos dessas práticas. O livro conta, ainda, com uma sessão de material de apoio contendo cartas de professores e o relato de experiências envolvendo o Bullying e o desrespeito no ambiente escolar.
O livro retrata o
fenômeno do Bullying, caracterizado por formas de intimidação diretas ou
indiretas que vão desde simples gozações até atitudes violentas desencadeadas
pela incapacidade de lidar com a diferença.
Na parte I, intitulada “Estabelecendo
os fundamentos”, as autoras abordam o panorama de influências culturais que
limitam as possibilidades de opções de ação do sujeito para solucionar
problemas. Tais possibilidades somente se tor-
nam possíveis dentro de discursos sociais nos quais estão inseridas. Dessa forma, a cultura age no indivíduo de forma a criar bloqueios que vão restringir as opções em determinadas situações da vida.
nam possíveis dentro de discursos sociais nos quais estão inseridas. Dessa forma, a cultura age no indivíduo de forma a criar bloqueios que vão restringir as opções em determinadas situações da vida.
Para entender o
Bullying, é preciso analisar o contexto cultural e as questões psíquicas que
fazem com que o sujeito o desenvolva.
As autoras mostram
como os incentivos à competição no ambiente escolar influenciam os problemas
relacionados ao desrespeito. Tal metodologia vem sendo muito empregada,
trazendo várias implicações como estimular o individualismo e atrapalhar a
convivência cooperativa entre os alunos.
Nas instituições escolares da sociedade
capitalista, onde prevalecem as regras, a competição e a avaliação, os alunos
são vistos como produtos que podem ser constantemente melhorados para ser mais
produtivos. Essa ma-
neira quantitativa de avaliar os desempenhos mostra um retrato momentâneo de um aspecto do contexto que pode contribuir para aumentar a práti ca do Bullying.
neira quantitativa de avaliar os desempenhos mostra um retrato momentâneo de um aspecto do contexto que pode contribuir para aumentar a práti ca do Bullying.
De acordo com
Marie-Nathalie e Maureen Taylor, não se pode mudar uma determindada cultura de
uma só vez. Desta forma, as práticas inovadoras devem permitir aos alunos uma
reflexão crítica sobre elas.
Os educadores, antes de rotular os
alunos como adequados ou inadequados, precisam transformar sua percepção diante
dos fatos e passar a ter uma compreensão contextual para alguns problemas
considerados “fora de padrão”.
Outra forma de visualizar esse contexto vem disposta pelas autoras no livro, em forma de 4 ‘C’: curiosidade, compaixão, colaboração e contextualização da perspectiva. A curiosidade se encontra na habilidade dos educadores em fazer perguntas úteis; a compaixão se refere a olhar para a boa intenção para que o indivíduo possa adotar condutas mais respeitosas; a colaboração implica minimizar o desequilíbrio de poder entre professores e alunos e, por último, a contextualização da perspectiva, que vem desconstruir e examinar as influên cias culturais que o indivíduo sofre em dada circunstância.
Outra forma de visualizar esse contexto vem disposta pelas autoras no livro, em forma de 4 ‘C’: curiosidade, compaixão, colaboração e contextualização da perspectiva. A curiosidade se encontra na habilidade dos educadores em fazer perguntas úteis; a compaixão se refere a olhar para a boa intenção para que o indivíduo possa adotar condutas mais respeitosas; a colaboração implica minimizar o desequilíbrio de poder entre professores e alunos e, por último, a contextualização da perspectiva, que vem desconstruir e examinar as influên cias culturais que o indivíduo sofre em dada circunstância.
Como forma de
observar o problema, as autoras trazem o conceito de “exteriorização”, baseado
na idéia de que os problemas, assim como os hábitos indesejados, desenvolvem-se
devido a uma série de circunstâncias, o que implica a “exteriorização” para uma
percepção do problema, distinguindo-o da identidade da pessoa.
Para evitar o
Bullying não é preciso falar em respeito, pois nem sempre essa palavra encontra
elo na vida do sujeito. Ele pode até saber o que significa, porém não lhe será
útil, caso não seja vivenciado.
Dessa forma, os
educadores devem advir de experiências respeitosas para que essas sejam mais
importantes e significativas para a vida dos alunos.
Conforme elucidado pelas autoras, a
compreensão das experiências pode trazer mudanças que devem ser encaradas como
processo e não como algo que decorre instantaneamente. Para que essas mudanças
permaneçam é preciso encarar os vários “eus” que compõem uma pessoa, pois o
“eu” se constitui nas experiências com outros indivíduos, daí ele ser composto
por diferentes “eus”.
Como forma de evitar a prática do Bullying, é preciso que os alunos reconheçam um “eu” preferido (positivo) e que sejam estimulados a manter esse reconhecimento como algo seqüencial e não isolado.
A parte dois do livro traz exemplos de sucesso na superação do Bullying e do desrespeito. Para isso, Marie-Nathalie e Maureen Taylor contaram com apoio de 230 educadores e alunos do Ensino Fundamental. O livro ainda traz entrevistas com alunos, mostrando como eles vêem o sistema educacional.
Como forma de evitar a prática do Bullying, é preciso que os alunos reconheçam um “eu” preferido (positivo) e que sejam estimulados a manter esse reconhecimento como algo seqüencial e não isolado.
A parte dois do livro traz exemplos de sucesso na superação do Bullying e do desrespeito. Para isso, Marie-Nathalie e Maureen Taylor contaram com apoio de 230 educadores e alunos do Ensino Fundamental. O livro ainda traz entrevistas com alunos, mostrando como eles vêem o sistema educacional.
A obra apresenta uma
forma de cultivar o respeito no ambiente escolar e tornar isso uma prática,
criada por meio de vínculos pessoais e do trabalho de aceitação do outro,
fazendo com que os alunos sejam tolerantes e aceitem as diferenças.
Infere também uma
forma de tornar o meio acadêmico um lugar menos susceptível aos problemas do desrespeito
através da apreciação, ou seja, da expressão do reconhecimento, da gratidão e
da admiração nas relações interpessoais. Essa apreciação deve abranger alunos,
professores e funcio nários da escola em geral.
Aos educadores, cabe
incentivar a colaboração e evitar a concorrência entre os alunos, além de
disponibilizar tempo e estimular a auto-reflexão, pois, será nesses momentos
que o indivíduo irá se reenergizar e construir um propósito de vida.
A escola deve
permitir o envolvimento com a comunidade, valorizar as diferenças que compõem
os grupos e mostrar que cada uma dessas diferenças traz aspectos positivos às
experiências grupais, sem esquecer de que se deve evitar as práticas
adultistas, ou seja, não permitir que os adultos exerçam poder extremado sobre
as crianças.
As autoras apresentam
o projeto “Bicho que irrita”, uma prática inovado ra que envolve atividades de
diversão e de expressão, para que o ambiente escolar seja repleto de respeito.
Esse projeto é diferente dos outros métodos que vêm apenas tratando do
desrespeito de forma didática. Ele, ao contrá rio, permite o envolvimento da
criança com a necessidade de exteriorização do que a irrita, de forma lúdica,
favorecendo o desenvolvimento de um ambiente escolar de respeito e acolhida.
O livro disponibiliza
formas de trabalhar o indivíduo envolvido com o Bullying, observando todos os
aspectos que possa influenciar essa prática, como o ambi ente familiar, escolar
e social, salientando a importância do contexto em que esse sujeito se
encontra, bem como ele se vê nesse contexto.
Se os educadores
conseguirem estabelecer um clima de atenção e de vínculo entre os alunos,
gerando um ambiente respeitoso e acolhedor, onde as diferenças sejam discutidas
sem que o professor se imponha como detentor do poder e do saber, o Bullying e
o desrespeito tenderão a desaparecer.
Diante de tudo que
foi exposto, “Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola” é
voltado para aqueles que estão inseridos na área educacional ou para os que
desejarem informações sobre o desrespeito nas escolas e nas instituições. A
linguagem, de fácil compreensão, e os exemplos trazidos na obra ajudam a
entender os mecanismos em que se dá a prática. O livro apresenta, ainda, uma
visão diferenciada da Educação e incentiva os estudos nessa área.
Naiara Guimarães Gasparoni
Jordana de Paula da Silva
Jordana de Paula da Silva